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30/mar/2016 – Março Mulher – Trabalhadoras fazem caminhada contra reforma da previdência e a favor da igualdade de oportunidades

Concentração foi na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região.

A Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres da Força Sindical e o Sindicato Nacional dos Aposentados entregaram hoje (dia 30), no INSS em São Paulo, um documento endereçado ao ministro Miguel Rosseto, do Trabalho e da Previdência Social contra a reforma da Previdência. “Defendemos a ratificação da Convenção 156, da OIT, que trata da Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Trabalhadoras e Trabalhadores com Responsabilidades Familiares e repudiamos a perda de direitos com a reforma da Previdência”, declara Maria Auxiliadora dos Santos, secretária nacional de Políticas para Mulheres da Central.

Miguel Torres, vice-presidente da Central, observou a atitude positiva das mulheres que a cada ano aprofundam o debate sobre o mundo do trabalho e o papel da mulher neste contexto. Esta ação é necessária para a mobilização dos trabalhadores para luta contra o ataque à retirada de direitos. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) listou 101 pontos que quer mudar.

A entrega do documento foi feita no final da Marcha que as trabalhadoras realizaram para fechar o Março Mulher da Central. Há alguns anos, os sindicatos, federações e confederações da Força Sindical realizam atos sobre o Dia da Mulher ao longo do mês de Março e, cabe a direção nacional da Central fazer o fechamento.

Caminhada, que teve início na Rua Galvão Bueno, reuniu centenas de trabalhadoras da Central

No documento, a Central se posiciona sobre os sete pontos indicados pelo governo para a reforma da Previdência: Demografia e idade média das aposentadorias; Financiamento da Previdência Social: receitas, renúncia e recuperação; Diferença de regras entre homens e mulheres;  Pensões por morte; Previdência Rural; Financiamento e regras de acesso;Regimes próprios de Previdência e, Convergência dos sistemas previdenciários.

Ato
Desde às 7 horas, as mulheres foram chegando no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ponto de concentração para a Marcha. Eram representantes dos estados e sindicatos de diferentes categorias que foram recebidas pela secretaria Maria Auxiliadora e pela secretária-adjunta Maria Euzelene Nogueira, Leninha.

No auditório do sindicato, o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Jorge Carlos de Morais, Arakem ,parabenizou o evento e a coragem das mulheres. A presidente do Sindicato das Costureiras de SP e Osasco, Eunice Cabral, disse que as mulheres não têm o quê comemorar. “Só temos a lamentar porque existe uma tentativa de tirar nossos direitos. Não podemos deixar que isso ocorra”, afirmou.

Elza Costa Pereira, tesoureira-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, alertou as mulheres que “hoje estamos vivendo um momento específico no Brasil e precisamos ficar atentas contra a retirada de direitos”. Quem falou representando os estados foi Maria de Fátima da Silva, da Força Amazonas. “Estamos antenadas, nossa persistência é grande e não permitiremos a retirada de direitos”, declarou.

As mulheres saíram em passeata do Sindicato dos Metalúrgicos até o Viaduto Santa Ifigênia , onde fica a Superintendência do INSS em São Paulo. A Marcha despertou o interesse das pessoas que saíram nas portas das lojas para olhar. Em frente a FMU (Faculdade Metropolitanas Unidas) os estudantes obervavam com curiosidade e divertimento. Quando a secretária estadual da Mulher, Helena Ribeiro defendeu divisão igual das tarefas domésticas: se mulher lava banheiro, homem também lava. Houve um hum, hum, hum. Um motorista não respeitou a passeata e atravessou a rua. “Queremos respeito e salário igual”, dizia Leninha.

Um grupo de aposentadas se juntou à passeata no Pátio do Colégio. Alda Silvestre de Souza, diretora do sindicato reafirmou a luta contra a reforma da Previdência e a igualdade também na divisão das tarefas domésticas.

“Nossos direitos foram conquistados com muita luta e não foram presenteados pelo governo ou pelos patrões”, declarou Neuza Barbosa de Lima. “Esta é uma demonstração que não vamos aceitar a retirada de direitos”, afirmou Telma Regina Barbosa, da Alimentação de Sorocaba referindo-se à passeata.

Costureiras aposentadas
O uso de bengala não impediu que a costureira aposentada Marieta Otília, de 65 anos, de participar da passeata. “O Brasil passa por  situação muito difícil. Mesmo com este problema (dificuldade de locomoção)entendo que preciso participar”, disse. A mesma disposição foi manifestada pela aposentada Vicentina Josefik, de 81 anos. “Já estou aposentada, mas precisamos reivindicar direitos para nossos filhos e netos”.

Também participaram da manifestação, Valclecia Trindade, 2ª secretária da Força; Kátia Regina e Maria do Socorro, dos comerciários do ABC, das diretoras dos metalúrgicos de Osasco, Santo André e Guarulhos, da alimentação de Guarulhos, entre outras.

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